Por Daniele Blaskievicz
José da Silva, 50 anos, já foi responsável pela manutenção interna na Viação Tamandaré, manobrista e a pessoa que cuida da higienização e limpeza dos ônibus da empresa. Também era ele quem verificava se o nível de combustível e as condições gerais do veículo estavam adequados para a jornada do dia seguinte. O sistema de transporte evoluiu, ele ganhou novas funções e responsabilidades. Hoje é um dos rostos que fazem parte da rotina dos passageiros do Ligeirinho Cachoeira-Caiuá, linha que faz a conexão entre Almirante Tamandaré e Curitiba. Somando todas as funções, já são 26 anos de empresa. “Uma vida”, resume ele, que já soma duas décadas trabalhando como motorista.
Tímido e discreto, Silva foge dos holofotes, mas se orgulha ao relembrar sua trajetória profissional. “Trabalhar na Tamandaré é minha vida. Tudo o que eu conquistei foi aqui”, destaca o profissional, que no contraturno aproveita seus conhecimentos na área da construção civil e se dedica à edificação de “mais uma casinha”, como ele mesmo fala. O novo imóvel, em Almirante Tamandaré, onde ele e a esposa Priscila Nogozzeky, 39 anos, vivem desde que se casaram, é um investimento para o futuro da filha, Giovanna, 13 anos. “Todo mês eu guardo um dinheirinho para ela”, relata.
Além de organizado financeiramente, o motorista também é cuidadoso quando o assunto é a rotina profissional. Seu expediente diário começa às 5h50, mas 20 minutos antes ele já está na garagem da empresa para “fazer um check list no veículo” e não ser surpreendido por nenhum imprevisto no caminho.
Da rotina atual, a única reclamação é o distanciamento dos passageiros nos últimos meses. “Eu gosto muito do meu trabalho, mas por causa da pandemia a gente não consegue mais nem conversar com as pessoas”, comenta, referindo-se aos protocolos sanitários adotados pelas empresas de ônibus para garantir a saúde de passageiros e colaboradores.
Oficialmente, Silva conta que faltam apenas cinco anos para a aposentadoria, Mas, no que depender dele, a vida ao volante ainda vai se prolongar mais. “Eu costumo dizer que para se manter nessa profissão é fundamental ter paciência no trânsito e muito cuidado nas ruas. Num vacilo, num piscar de olhos pode ocorrer um acidente”, reflete.
>>> Conheça outras histórias do Gente que Move.
Conte sua história!
Você também tem uma história legal envolvendo o transporte público da região metropolitana de Curitiba? Conheceu o amor da sua vida? Ajudou alguém que precisava muito? Usou o ônibus para estudar, ir ao trabalho e mudar de vida? Encontrou conforto, amizade e construiu uma história inesquecível com alguém? Conte pra gente, que o seu “causo” pode virar uma reportagem.
Envie sua história e seu contato de telefone para o email cacadores@tribunadoparaná.com.br ou pelo whats (41) 9 9683-9504 sinalizando a mensagem com a #gentequemove.